segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pão

            Quando combinamos de realizar o pão, professora Simone e eu,  fiquei com a responsabilidade de passar a receita para o Braille e em tipos ampliados para os alunos com baixa visão. Foi interessante trabalhar o gênero receita, pois proporcionou várias aprendizagens, principalmente no que tange aos sistemas de medidas, além de ensiná-los, de modo contextualizado, novos códigos em Braille.
            Fomos todos a uma salinha improvisada, onde os professores almoçam, e lá começou a aula, alunos da sexta série do ensino regular e os alunos da SAAI. A professora Simone ensinou, primeiramente, a forma correta de lavar as mãos, tanto os alunos deficientes visuais como os videntes que assistiam a aula.



Depois foram mostrados os ingredientes e trabalhado a questão das medidas de forma concreta. Como já havíamos trabalhado a leitura da receita, os alunos da SAAI foram indicando o que estava ou não faltando para a realização do pão.






A professora teve o cuidado de mostrar algumas formas de medidas colocando na mão dos deficientes visuais cada uma delas. Fez com que Débora colocasse açúcar em uma xícara, depois vivenciasse colocar metade da medida e depois outras maneiras fracionadas.






A professora explicou pacientemente sobre o fermento biológico, todos quiseram por não mão e sentir os fungos.


Alguns no primeiro momento ficaram um pouco incomodados com a sensação de pôr a mão nos ingredientes, de sentir a mão grudando, mas aos poucos foram se habituando.





Depois de sovar a massa veio o momento de colocá-la para descansar. É neste momento que as leveduras promovem as transformações químicas que liberam gás carbônico e com isto a massa cresce. Foram feitas duas massas. Pedimos para que dois alunos retirassem um pequena bolinha de massa e a colocasse em um copo com água, assim ficaria evidente tanto para os videntes, quanto para os deficientes visuais o momento em que a massa estaria pronta para ir ao forno. No caso dos alunos cegos eles iam cuidadosamente colocando a mão dentro do copo e sentindo ou não a emersão da bolinha.
Débora foi quem colocou a primeira bolinha dentro da água e ficou encantada ao sentir a mudança na posição da bolinha em relação ao copo.


A massa ficou homogênea e todos tiveram uma participação importante.



Outro desafio foi repartir a massa em três partes iguais, pode parecer algo simples, mas no caso de Débora, envolveu várias tentativas até chegar ao resultado final. Apesar de várias instruções dos colegas videntes, foi ela quem elaborou sua própria metodologia e chegou ao resultado que pode ser visto abaixo.



A massa foi recheada, respeitando as preferências de sabores.




Depois de pronta a massa foi direcionada para a cozinha da escola para ser assada. A primeira fornada queimou um pouquinho, mais ficou uma delícia!






 

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