domingo, 25 de setembro de 2011

Maneirismos


TELEJORNAL


Depois de termos estudado sobre os insetos, decidimos realizar um telejornal. Este é o roteiro elaborado pelos alunos, com alguns probleminhas, mas muita originalidade. A filmagem ainda não está muito boa, ficamos todos muito tímidos em frente às câmeras, mas chegaremos lá. Veja que legal um pequeno trecho!


Vanessa e Gabriel - Boa noite!
Vanessa – Estamos iniciando mais aqui mais uma edição do jornal SAAI da EMEF Jorge Americano.
Gabriel – Hoje apresentando uma reportagem especial sobre os insetos. Vamos chamar nossa correspondente internacional Bruna. È com você Bruna!
Bruna – Bom dia caros telespectadores! Estamos aqui na exposição da Feira da Primavera da EMEF Jorge Americano. A SAAI fez uma exposição especial sobre a vida dos artrópodes, especificamente sobre os insetos. São os animais mais numerosos que existem, cerca de 900 mil espécies. Vamos conhecer este maravilhoso mundo! É com você Gabriel, direto dos estúdios!
Gabriel – Que curioso Bruna! Agora vamos com nosso repórter Victor, que fez uma entrevista com o renomado cientista Raphael Brito.
Victor – Estou aqui com o famoso cientista Raphael Brito, que nos explicará como vivem os insetos.

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            O telejornal conta ainda com a mulher do tempo, propaganda e apresentação musical. Devido a problemas técnicos, deixaremos para postar o vídeo em um futuro próximo. Até lá!

Reflexão

“Temos o direito de sermos iguais quando as diferenças nos inferiorizam. Temos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza.”
Boaventura Souza Santos

Baixa Visão





DESENVOLVIMENTO DA VISÃO




Inclusão

Por onde começar?
 
Conhecer o aluno em diferentes ambientes;
Verificar seu desempenho, autonomia e potencialidades;
Rede de apoio deve participar desta etapa;
Selecionar os conteúdos, verificar o que é para turma e as adaptações necessárias a este aluno;
Atentar-se ao tempo disponível para cada etapa;
Pesquisar o método adequado para aquele aluno;
Avaliar todo o processo e o desempenho do aluno;
Registrar tudo que é feito, realizações, resultados alcançados;
Organização de um portfólio;
Quadros organizativos ( conteúdo, métodos, objetivos, metodologia e avaliação).
 
 
Sugestão de leitura:
 
Grupo de alfabetização em momento de lazer
Currículo na Educação Inclusiva
Adaptações escolares
Uma necessidade na escola inclusiva
Maria de Fátima Minetto
 
 
 

Alfabetização por meio do sistema braille ou tipos comuns ampliados

                Paulo Freire (2006) nos ensina que a alfabetização transcende o ato mecânico de ler e escrever, pois deve ser dominada com o ato consciente de quem a realiza. É “entender o que se lê e escrever o que se entende. É comunicar-se graficamente”. Contudo, é senso comum que a escrita se aprende apenas na escola, ignorando as experiências trazidas pelos sujeitos e suas respectivas hipóteses. O autor ressalta, ainda, que não “há educação fora das sociedades humanas e não há homens isolados”, portanto é possível concluir que os indivíduos vivem em um mundo letrado, orientado pela escrita, através dos jornais, revistas, documentos, placas, anúncios e rótulos (Cf. FREIRE, 2006, p. 72 - 61).
         Independentemente de ter ou não uma deficiência, todos participam de uma maneira ou de outra da sociedade letrada. Todavia, pessoas com deficiência visual encontram limitações para o aprendizado da leitura e escrita em seu uso cotidiano, devido às dificuldades impostas pela sociedade e o desrespeito às peculiaridades dessa parcela da população: o sistema braille não faz parte do dia-a-dia e ainda não é reconhecido e estabelecido socialmente pela população.
         Temos como sérios problemas a restrita produção de materiais em braille, o não-acesso das pessoas a esse sistema de leitura e escrita, o desconhecimento praticamente total de professores do ensino comum, encontra-se uma questão mais séria, pois em conjunto com as problemáticas anteriores, a falácia de que o deficiente visual não é capaz de aprender e que não possui condições para fazer a leitura do mundo que o rodeia.
         A civilização é impensável sem a escrita, por isso sua grande importância social. Ler e escrever implica uma “autoformação da qual pode resultar uma postura atuante do homem sobre seu contexto” (FREIRE, 2006, p.72). Proporciona o registro, permite a comunicação, regula e controla socialmente o comportamento por meio das leis, normas e, entre outras formas, pode manifestar-se esteticamente. São práticas sociais, às quais os educandos se integram, das quais participam e com as quais reconstroem suas possibilidades cognitivas. O indivíduo deficiente faz parte do mundo letrado e por que, então, negá-lo?
         Segundo Ferreiro e Teberosky (1985 e 1997), crianças que não vivem experiências com livros e materiais escritos iniciam sua escolarização com poucos conhecimentos sobre a língua. Para as pessoas com deficiência, muito pior do que não ter acesso a portadores de textos, de ter problemas orgânicos, é o descrédito de suas potencialidades e da previsão de seu insucesso pelos pais, pela comunidade e por si mesmos.
         Como salienta Mantoan (1997), crianças com déficits são habituadas a receber nas mãos a maior parte das coisas que desejam, são privadas de experiências, geralmente excessivamente protegidas, não enfrentando desafios, algo essencial para o progresso do conhecimento.
         De acordo com Bruno e Mota (Cf., 2001, passim), o aprendizado do braille se defronta com várias dificuldades, como a limitação de pistas visuais (como os desenhos) para o reconhecimento de uma palavra específica, a impossibilidade de visualização de palavras numa oração de imediato e, principalmente, porque a ponta do dedo não substitui o olho, tendo seu alcance limitado em comparação ao campo visual. O deficiente visual reconhece apenas um símbolo por vez, sem contar a fadiga no ato de ler.
         Além do diálogo do educador com o educando sobre situações concretas, é necessário ações para o desenvolvimento de habilidades relacionadas à percepção corporal, à espacial, à discriminação auditiva, à motricidade fina e ampla, bem como a discriminação visual para os indivíduos com baixa visão. A utilização de materiais específicos como reglete e punção, máquina braille, exigem um olhar atento do educador e a importante parceria entre professor de sala comum e especializado.
         Bruno e Mota (2001) afirmam que, por isso, faz-se necessário um trabalho de estimulação contínuo e consistente, no qual áreas importantes necessitam ser aprimoradas, visto que os alunos com deficiência visual podem necessitar de mais tempo na aquisição das habilidades. Na SAAI o período de alfabetização é levado a sério!
Grupo de alfabetização
Nikoly, Vitória, Júlia e Ingrid 


Ingrid (direita) ficou mais feliz e participativa no trabalho em grupo 


Vitória e Júlia
Trabalho de alfabetização e estímulo da visão residual



Bibliografia
BRUNO, MM; MOTA, MGB. Programa de capacitação de recursos humanos do ensino fundamental: deficiência visual. Brasília: MEC/Seesp, 2001. 3 v.
FREIRE, P. Educação e Mudança. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 2006 29 edição
MANTOAN, MTE. 2004. Caminhos pedagógicos da inclusão. Disponível em http://www.educacaoonline.pro.br/art_caminhos_pedagogicos_da_inclusão.asp. Capturado em 12/08/2004
______. Ser ou estar, eis a questão: uma tentativa de explicar o que significa défict intelectual. Rio de janeiro: WVA, 1997.
TEBEROSKY, Ana. Aprendendo a escrever. Barcelona: Ática, 1997. 

Reflexão


“A existência da perda da visão, independentemente da sua natureza, constitui por si só uma “barreira à aprendizagem”, exigindo, por isso, um esforço conjunto por parte dos professores e educadores, pais e demais pessoas que convivem com o educando com deficiência visual.”
                                                                      
Fernanda Ladeira

Aniversário Bruna e Vanessa


            Tenho como premissa em minha vida que tudo deve ser comemorado. O simples acordar todos os dias e saber que se está vivo é motivo de alegria e festa.
            Este mês de setembro tivemos dois aniversários: Vanessa e Bruna. De forma muito simples realizamos um café da manhã diferente, com bolo, pão com mortadela, sanduíche de atum e refrigerante. Eles adoraram! Às vezes, precisamos de muito pouco para tornar o ambiente escolar agradável, convidativo e alegre.
            Parabéns Bruna e Vanessa!

Material apresentado no CEU Feitiço da Vila

Apresentei o material que segue no CEU Feitiço da Vila, em 16 de setembro de 2011. Em breve colocarei as fotos do evento.

























Evento CEU Feitiço da Vila

            No dia 16 de setembro realizamos a apresentação de nosso trabalho no CEU Feitiço da Vila. Foi um evento grandioso e lá pudemos apresentar nossas práticas inclusivas.
            Contei aos professores sobre o funcionamento da SAAI e a necessidade de parceria entre o ensino regular e especial. Deixei claro que os ditos de um provérbio africano são essenciais para a construção de uma escola inclusiva. Eis o dito popular:

“É preciso toda uma aldeia para educar uma criança”

Adolescência


O grupo de alunos que ficou responsável pelo Blog tem entre 11 e 13 anos, estão no período da puberdade e início da adolescência. Mesmo possuindo uma deficiência visual, não podemos caracterizá-los como sujeitos semelhantes. Na SAAI, por exemplo, temos a Bruna (baixa visão) que é muito tímida, a Vanessa (baixa visão) calada, o Raphael (cego) que é extremamente esperto e arteiro, o Victor (cego), que é a tranqüilidade em pessoa, a Débora (cega) que é muito afetiva e o Gabriel (baixa visão) que é extremamente meigo e carinhoso. Todos têm em comum a vontade de aprender e de serem integrados de forma verdadeira na sociedade.
     A adolescência é uma fase de transição do desenvolvimento humano, caracterizada por mudanças profundas de ordem física e psicológica e os alunos com deficiência visual não fogem desta regra. Percebo que este grupo começa a se despertar em relação à sexualidade e ao interesse pelo outro.  Um enorme desejo de independência em relação à família e a necessidade explícita de aproximarem-se por grupos com interesses semelhantes também são percebidos.
      Isto explica o porquê de amarem estar na SAAI, é o momento que falam das dificuldades encontradas na sociedade como um todo, de suas limitações e principalmente de suas potencialidades muitas vezes não enxergadas por nós videntes.
A fase da adolescência pode ser mais cheias de desafios para um indivíduo com deficiência visual, pois ele terá que construir uma identidade na qual é obrigado a incluir o fato de possuir uma cegueira ou baixa visão, que dependendo do meio cultural, social e escolar, pode torná-lo alvo de exclusão e discriminação.
             Neste contexto é fundamental que o ambiente social no qual esse jovem convive possa de fato aceitar suas necessidades específicas, buscar informações a respeito de suas características, incentivar a aproximação de vínculos afetivos e sociais, colaborando com a construção de uma auto-estima positiva e verdadeira. Partindo destes princípios, poderão alcançar os objetivos como qualquer jovem de sua idade.
Débora, Gabriel e Raphael em café da manhã especial da SAAI

Inglês

            A professora Creusa, da EMEF Jorge Americano, pediu que eu passasse para o Braille os números em Inglês. Ela tinha realizado a atividade com o Raphael em sala regular e ele fez até o número mil, mas tudo em português.
           Avaliei os alunos e percebi que alguns, mesmo tendo aulas de inglês, escrevem o que ouvem literalmente em nossa língua materna. Por exemplo:


Inglês
Como o aluno escreve
Significado
dog
dogui
cão
one
uam
1
teacher
titier
professor

            Realizei com eles a semana do Inglês. Através de jogos, adaptados as suas necessidades, fomos nos habituando a ouvir e escrever as palavras nesta língua. Os alunos não receberem o livro de inglês em Braille, ou em tipos ampliados, não enxergam a lousa e para o colega ditar a atividade é complicado e lento, entre outras questões.
            É claro que em uma semana ninguém aprende inglês, mas foi uma forma de compreender que não necessariamente o que se ouve é o que deve ser escrito.
            Fizemos várias competições e deu para perceber que tendo o cuidado com a adaptação é possível aprender até mesmo inglês.


O quarto de Van Gogh

Um outro exemplo de atividade que fica difícil de ser realizada sem uma adaptação curricular é a leitura de obras de arte. Bruna estava contando que teve que realizar um trabalho com a tela “O quarto de Van Gogh” e não tinha conseguido entender ou melhor ver nada.
No semestre passado, algumas alunas da Estácio, universidade onde ministro aulas no período da noite, realizaram leituras de obras de arte em relevo. Um dos grupos realizou uma maquete com este quadro. Acabei trazendo para a SAAI e usei devido a necessidade de Bruna.
Na verdade todos acabaram aprendendo um pouco sobre Van Gogh, li sobre sua vida e obra, mostrei o quadro em uma reprodução maior e através da releitura das alunas universitárias em forma de maquete.
Depois descrevemos o que observamos. Este é a descrição da Bruna:

O quarto de Van Gogh tem muitas coisas, quadros pendurados, cadeiras, cama, cobertor, travesseiro, roupas penduradas em cabides na parede, pois ele não tinha guarda-roupa, uma mesa com alguns objetos e espelho. Tem uma janela e por ela o quarto fica iluminado. A cama é de solteiro, ele deveria ser sozinho. Parece ser um quarto bem simples e antigo, mas é bonito.

INSETOS


            A ideia de estudar sobre os insetos partiu da necessidade de uma aluna entender melhor o conteúdo que estava sendo trabalhado em sala regular. Comprei alguns insetos em miniatura e outros foram trazidos pela aluna Débora. O grupo como um todo relatou a dificuldade de entender alguns conteúdos que exigem uma visão mais apurada, a observação de detalhes e o uso de imagens muito pequenas.
            Trabalhar com miniaturas de boa qualidade pode facilitar esta compreensão. Tenho meu acervo próprio de flores, dinossauros, insetos, mamíferos e alimentos. Conforme a necessidade, sempre trago para ser utilizado em sala.
            Todos os grupos gostaram de ver os insetos de forma ampliada e como observei um grande interesse, fui trabalhando o tema conforme a faixa etária e as possibilidades. O grupo de adolescentes, responsáveis pelo Blog, teve a ideia de realizar um telejornal, contando sobre o aprendizado realizado. O grupo de alfabetização realizou a leitura da história “A cigarra e a formiga”, realizaram a interpretação, fizeram listas de palavras e reunimos uma coletânea de músicas que tratam esta temática, como “Borboletinha”, “Eufinda, a borboleta linda”, “Formiguinha”, “Barata”, entre outras. Os alunos com deficiências múltiplas foram à parte externa da escola, sentiram os bichinhos, foram apresentados as miniaturas que os representaram, incentivados a falarem sobre os insetos e também ouviram músicas sobre a temática.
            Como ficou muito interessante e significativo para eles, deixarei os trabalhos expostos na “Festa da Primavera” que ocorrerá no próximo sábado, dia 1° de outubro. Venha nos visitar!
Luis Felipe tateando uma formiga

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Tenho o desejo de realizar uma tarefa importante na vida. Mas meu primeiro   dever está em realizar humildes coisas como se fossem grandes e nobres.
Hellen Keller

DORINA NOWILL

Os estudos referentes ao trabalho pedagógico com deficientes visuais no Brasil nos remetem à lembrança de uma das mais importantes e atuantes figuras do País: Dorina Nowill. A professora Dorina de Gouvêa Nowill nasceu em 1919, em São Paulo. Aos 17 anos, em virtude de uma patologia ocular, que a tornou cega, vivenciou as dificuldades para a continuação de seus estudos, principalmente no que se relacionava à aquisição de materiais em braille.
Apesar das dificuldades, foi a primeira aluna cega a matricular-se em São Paulo em uma escola regular, com alunos videntes, formando-se professora na Escola Caetano de Campos. Ainda como aluna, com a ajuda de alguns amigos, conseguiu que a escola implantasse o primeiro curso de especialização de professores para o ensino de cegos em 1945.
Após diplomar-se, viajou para os Estados Unidos com uma bolsa de estudos patrocinada pelo governo americano e freqüentou um curso de especialização na área de deficiência visual, na Universidade de Columbia, realizando estágios nas principais organizações de serviços para cegos (NOWILL,1999, passim). Em sua obra autobiográfica, a autora conta que nos EUA já havia classes especiais nas escolas comuns para cegos e integração no sistema escolar comum.
Fazíamos estágios nos serviços de educação do governo. Observávamos o que se chamava Classes Braille, hoje Salas de Recursos. Conhecemos todo o trabalho dos professores itinerantes e visitamos escolas públicas onde havia crianças cegas integradas. Fizemos estágios com os professores domiciliares. Orientação e Mobilidade, que se denominava locomoção, começou a surgir nessa época e se desenvolveu na sua forma presente com a criação e desenvolvimento dos processos de reabilitação (Ibid., p. 35).

Alunos realizando a leitura da história infantil sobre Dorina Nowill

A autora relata que naquele momento também já se discutia se o ideal na educação de pessoas cegas era ou não o ensino em escolas especiais ou no ensino integrado, o que ainda causa polêmica nos tempos atuais “Naquela época havia uma disputa entre os integracionistas e pessoas como Frampton, que achavam que a solução do problema era através das escolas residenciais só para cegos (NOWILL,1999, p.36).
Nowill relata que também conhecera “classes de conservação da vista”. Salienta que eram compostas por inúmeros equipamentos e recursos para crianças com visão subnormal, mas que hoje, em virtude dos auxílios ópticos – lentes de todos os tipos e formatos, circuitos fechados de televisão para ampliação de textos –, possibilitam a permanência com qualidade dos indivíduos de visão subnormal, na maior parte do tempo, na classe comum, desde que tenham recebido treinamento na utilização desses auxílios. Muitos conhecimentos foram difundidos a partir dessa época no que se relaciona à baixa visão. Hoje se considera que a criança não deve ter a sua visão preservada e sim estimulada.

MINHA INSPIRAÇÃO

        Quero compartilhar com vocês um momento único em minha vida, meu encontro com Dorina Nowill. Ela é, e sempre será, minha inspiração. Sua história é linda e ela uma pessoa singular. Neste dia estava com meus amigos de uma outra instituição que trabalhei.

RECONHECIMENTO

        Trabalho na área de Educação Especial desde 1999, mas estou apenas há sete meses na EMEF Jorge Americano. Enviei o Projeto do Blog para a revista Nova Escola, mesmo sabendo que meu trabalho foge um pouco da proposta do Prêmio. Contudo, tive uma grande surpresa esta semana, o reconhecimento de nosso pequeno percurso. Veja que legal:

Cara Professora,

Tive a oportunidade de conhecer seu trabalho no Prêmio Educador Nota10 deste ano. Como selecionadora, tive o prazer de apreciar seu relato e destacar boas práticas, contidas nele, relacionadas à educação inclusiva. Iniciativas como a sua, merecem ser divulgadas. Seu Projeto será encaminhado para redação da Revista Nova Escola e poderá ser fonte de matéria ou pesquisa. Parabéns!
Continue participando dos próximos Prêmios! Além do reconhecimento do trabalho, nós educadores podemos colaborar com a formação e valorização da área.
 Aproveitando a oportunidade, gostaria de  convidá-la a participar de um outro Projeto.  Chama-se DIVERSA, feito pelo Instituto Rodrigo Mendes com patrocínio de várias entidades, inclusive do MEC.
Será lançado um portal que divulgará as experiências de inclusão no Brasil e servirá de referencial para formação de educadores. Etc, etc.


Bom, segundo o aluno Gabriel eu tenho que mandar o projeto de novo, pois ele quer um dia dar autógrafos. rs

INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT

          Como vocês já sabem, materiais adaptados são de extrema importância para o aprendizado do aluno deficente visual. Estou estabelecendo uma parceria com o Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro e vou receber, em breve, vários recursos que estou precisando.
         Este é o e-mail que recebi e caso você necessite para o seu aluno, pode fazer como eu fiz, mandando apenas um e-mail solicitando os materiais. Boa sorte!


         Entro em contato para sinalizar o recebimento de sua solicitação por parte da Divisão de Pesquisa e Produção de Material Especializado (DPME).
        Aproveito para informar que o Instituto Benjamin Constant é um Centro de Referência, a nível nacional, para questões da deficiência visual. Possui uma escola, capacita profissionais da área da deficiência visual, assessora escolas e instituições, realiza consultas oftalmológicas à população, reabilita, produz material especializado, impressos em Braille e publicações científicas.
         Alguns  materiais especializados são produzidos e distribuídos, pela Divisão de Pesquisa e Produção de Material Especializado (DPME/DTE) e são oferecidos para todo o Brasil de forma gratuita.
         Informo, ainda, que esta divisão desenvolve pesquisas que objetivam a educação e inclusão de pessoas cegas e de visão reduzida na família, na escola, na sociedade e no grupo profissional a que venham pertencer.
        Para que a divisão possa acompanhar a utilização e a adequação dos materiais elaborados, solicito a sua participação no processo de pesquisa e o envio dos dados pessoais dos usuários, ou seja, das pessoas com deficiência visual que utilizam os materiais.

Atenciosamente,
Patricia I. da Rosa
Divisão de Pesquisa e Produção de
Material Especializado
prosa@ibc.gov.br

REUNIÃO DE PAIS

            Realizamos neste mês de agosto a segunda reunião de pais. Fiquei muito contente com o comparecimento dos responsáveis, cerca de 75% do esperado. As famílias estão muito contentes com o serviço realizado e a cada dia me certifico da importância de estabelecermos uma real parceria.
A família é o primeiro espaço de crescimento do indivíduo, no qual se dá o entrelaçamento de uma estrutura familiar com uma estrutura individual, exercendo influências na formação da personalidade do sujeito e desenvolvimento de sua identidade.
Meu papel como educadora especializada é de muita importância, devendo estar sempre sensibilizada para a dinâmica que se opera no seio familiar e entre a família e a escola. Para Buscaglia (2002), os pais devem receber ajuda, no intuito de compreender que seus próprios sentimentos em relação à deficiência de seus filhos, durante a infância, podem servir de obstáculo às oportunidades da criança em atingir a maturidade. O papel do profissional especializado constitui uma fonte importante de apoio no contexto do sistema familiar.

MATERIAL ADAPTADO NÃO É LUXO

         Pessoas com deficiência visual podem atingir um desenvolvimento intelectual semelhante ao dos videntes, e diferenciações ocorrem em virtude dos diferentes caminhos traçados para a aprendizagem e a utilização ou não de recursos dos quais os indivíduos dispõem.
          Nessa linha mestra, o material adaptado e o acesso a ele são de suma importância, destacando-se pelas possibilidades que oferecem de auxílio, suplemento, suprimento, reconhecimento e suporte na formação de conceitos básicos e aprendizado de conteúdos acadêmicos.
        Torna-se necessário que o professor determine com eficiência em que tipo de categoria enquadra-se o aluno: baixa visão ou cegueira, sua patologia e as características determinantes, como a necessidade de mais ou menos luz, de maior ou menor contraste, o tamanho ideal de fonte; adaptando materiais e atividades, conforme a necessidade, não subjugando e inutilizando a visão residual significativa, não traçando metas que não podem ser alcançadas com um indivíduo de visão muito restrita e que, necessariamente, necessite do braille e outros materiais táteis e sonoros, por exemplo, no acesso à leitura e à escrita.
          Considerando as diferenças de visualização, não é possível adaptar um único material para todas as crianças com visão reduzida. As necessidades de cada caso precisam ser consideradas individualmente. A LDB, art. 59, I, assegura-se aos educandos com necessidades especiais currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos para atender as suas necessidades.
          É importante a atuação competente do professor na seleção, utilização e elaboração de materiais, condição para promover experiências práticas estimulantes e para a consecução de um ensino de qualidade. Materiais e recursos são condicionantes de uma relação pedagógica eficaz, de respostas à inclusão dos deficientes visuais e de todos os alunos no processo escolar.

PRIMEIROS PASSOS NA GEOGRAFIA





TRABALHAR COM GEOGRAFIA

Percebo que muitos professores que atuam nas séries iniciais não foram alfabetizados em Geografia, que crianças chegam a séries avançadas sem a construção de noções básicas. Esta questão é agravada entre os alunos deficientes visuais, pois faz parte do imaginário de muitos professores que eles são incapazes de aprender certos conceitos.
Comecei a pensar um pouco mais nisto, pois existe um professor na EMEF Jorge Americano, que sempre tenta incluir o aluno Raphael nas atividades. Jeferson, professor de Geografia, sempre solicita materiais adaptados. É uma grande alegria tentar ajudá-lo.
Ao pensar nas adaptações do Raphael me deparei que o restante do grupo tinha muita curiosidade sobre o tema, mas ao mesmo tempo dizem não conseguir entender as tarefas e muito menos enxergar os mapas e as informações no ensino regular. Dizem que tudo é muito pequeno, difícil de entender.
            Foi a partir deste contexto que comecei a trabalhar algumas atividades. Esta também não é minha área de formação, sou apenas uma curiosa... Comecei a ver que existiam muitos livros de Geografia espalhados pela escola, pesquisei algumas atividades e adaptei na medida do possível.
Gostei muito do livro “Geografia, interagindo e percebendo o mundo” de Lilian Sourient, Roseni Rudek e Rosiane Camargo, fiz apenas algumas adaptações às atividades que elas sugerem. “Geografia” de Walquiria Pires e Beluce Bellucci também favoreceu o trabalho.
 Um problema grande foi a falta de materiais, pois algumas adaptações exigem texturas diferenciadas e acabei tendo que adquirir o material por conta própria. Não é sempre que temos tempo para esperar e no caso de muitos destes alunos eles já perderam tempo demais! É por esta razão, também, que ficamos algum tempo sem postar no blog.
Vou postar aos poucos este mês de agosto, que para nós não foi de desgosto, mas de muita aprendizagem.